Leadership and Family with Diana Noronha Feio in Líder Magazine
12.11.2024
Diana Noronha Feio, a partner at Openbook Studio, shared her insights on managing companies and families healthily with Líder magazine.
In the month when we celebrate International Women’s Day, there is a natural tendency to bring the different leadership styles between genders back into the debate.
And, although I understand where this topic comes from, I confess that I find it difficult to contribute to this discussion, for one simple reason: I cannot find any significant differences that distinguish female leadership from male leadership. There are, I believe, different styles of leadership, but they seem to me to be independent of gender. In fact, I believe that maintaining this narrative subtly accentuates an inequality that seems to me to be unfavorable to the construction of a more egalitarian world. Because it implies that there are characteristics of a “leader” that are expected in a woman or a man, for which each gender is predisposed.
Nevertheless, I am not saying that there are no natural differences between women and men that lead to different ways of approaching and solving problems. But this does not necessarily translate into a leadership stereotype that allows us to build a profile that fits each one. Certainly, throughout our professional lives, we have encountered male leaders of extraordinary sensitivity and excessively authoritarian female leaders. And exactly the opposite. It depends much more on each person’s personality, their preparation for the position, and the examples that have shaped them up to that point than on any other factor.
I know I speak from a privileged position, in a society where great progress has been made in this field, and my immediate context is an example of this. However, this is not a global reality, so rights should never be taken for granted, and we must keep alive the recent memory of a time when gender equality was not a concern at all in our country.
But in light of the current reality in Portugal (where there is certainly much to be done, I do not deny), I believe that we are at a stage where we can move forward in this discussion to other points that concern both men and women and that aim to create a more just (perhaps egalitarian) society, where everyone can fulfill their professional and personal vocation without this implying inequalities for either side.
It seems to me that the big issue arises when we talk about family, birth rates, and parenting. These are indeed divisive issues in our society and deserve to be reflected upon. How families and companies are managed in healthy relationships. Because on the one hand we have families that need time and a structure that allows them to look after their children, and on the other we have companies that, even though they are family-oriented, as I believe is the case with Openbook, need functional teams that can respond to the challenges of the profession. It is a complex problem to solve, which varies depending on each individual’s context. There are several issues that need to be considered, so it is essential that more people become actively involved in this debate so that we can arrive at real measures that facilitate this reconciliation:
As leaders and managers of two homes—personal and professional—how do we reconcile the two realities? What are the compromises? How can we be an example to our teams in this reconciliation? Where do rights and duties begin and end?
Source: Líder Magazine

Liderança e Família com Diana Noronha Feio na Revista Líder
Diana Noronha Feio, sócia da Openbook Studio, partilhou com a revista Líder as suas ideias sobre como gerir empresas e famílias de forma saudável.
No mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher há uma natural tendência para trazer novamente ao debate os diferentes estilos de liderança entre géneros.
E, apesar de compreender de onde nasce este tema, confesso que tenho alguma dificuldade em contribuir para esta discussão, por uma simples razão: não encontro diferenças significativas que distingam uma liderança feminina de uma liderança masculina. Há sim, acredito, estilos diferentes de liderar, mas que me parecem independentes do género. Inclusivamente, acredito que manter esta narrativa é acentuar subtilmente uma desigualdade que me parece desfavorável à construção de um mundo mais igualitário. Porque subentende que há características do “líder” que são expectáveis numa mulher ou num homem, para as quais cada género está predisposto.
Não obstante, não estou com isto a querer dizer que não há, entre mulheres e homens, diferenças naturais que levam a formas diferentes de abordar os problemas e de os resolver. Mas sem que isso se traduza necessariamente num estereótipo de liderança que permita construir um perfil onde se encaixe cada um. Certamente que, ao longo da nossa vida profissional, já nos cruzámos com líderes homens de uma sensibilidade extraordinária e com líderes mulheres excessivamente autoritárias. E exatamente o seu contrário. Depende muito mais da personalidade de cada um, da preparação de cada um para o cargo e dos exemplos que o marcaram até ali chegar, do que qualquer outro fator.
Ressalva. Sei que falo de um lugar privilegiado, numa sociedade onde se têm feitos grandes progressos neste campo e o meu contexto direto é disso um exemplo. No entanto, esta não é uma realidade global, pelo que os direitos nunca devem ser dados por garantidos e devemos manter viva a memória recente onde, no nosso país, a igualdade entre géneros não era de todo uma preocupação.
Mas à luz da atual realidade portuguesa (onde há certamente muito por fazer, não nego) acredito que estamos numa fase onde podemos avançar nesta discussão, para outros pontos que dizem respeito tanto a homens quanto a mulheres e que visam criar uma sociedade mais justa (igualitária talvez), onde cada um pode cumprir a sua vocação profissional e pessoal, sem que isso implique desigualdades para nenhum dos lados.
Parece-me que o grande tema se levanta quando falamos de Família, de natalidade e de parentalidade. Estes sim são temas fraturantes na nossa sociedade e que merecem ser refletidos. Como se gerem as famílias e as empresas, em relações saudáveis. Porque se por um lado temos as famílias que precisam de tempo e de uma estrutura que permita o acompanhamento dos filhos, por outro temos as empresas que, ainda que sendo familiarmente responsáveis, como acredito ser o caso da Openbook, precisam de equipas funcionais que possam dar resposta aos desafios próprios da profissão. É um problema de resolução complexa, que varia consoante o contexto de cada um. Há várias questões que precisam de reflexão, sendo por isso essencial que mais se envolvam ativamente neste debate para que possamos chegar a medidas reais que sejam facilitadoras desta conciliação:
Enquanto líderes e gestores de duas casas – a pessoal e a profissional – como conciliamos as duas realidades? Quais os compromissos? Como podemos ser um exemplo para as nossas equipas, nesta conciliação? Onde começam e acabam os direitos e os deveres?
Fonte: Revista Líder
